segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Entre o luar e o arvoredo

Ser poeta é ser Pessoa...!!
Entre o luar e o arvoredo
 Fernando Pessoa

Entre o luar e o arvoredo, 
Entre o desejo e não pensar 
Meu ser secreto vai a medo 
Entre o arvoredo e o luar. 
Tudo é longínquo, tudo é enredo. 
Tudo é não ter nem encontrar. 
Entre o que a brisa traz e a hora, 
Entre o que foi e o que a alma faz, 
Meu ser oculto já não chora 
Entre a hora e o que a  brisa traz. 
Tudo não foi, tudo se ignora. 
Tudo em silêncio se desfaz.

Entre o luar e o arvoredo,
Entre o desejo e não pensar
... Meu ser secreto vai a medo
Entre o arvoredo e o luar.
Tudo é longínquo, tudo é enredo.
Tudo é não ter nem encontrar.
Entre o que a brisa traz e a hora,
Entre o que foi e o que a alma faz,
Meu ser oculto já não chora
Entre a hora e o que a brisa traz.
Tudo não foi, tudo se ignora.
Tudo em silêncio se desfaz.

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