sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
O paradoxo do desemprego
Porque me parece que é este um dos grandes problemas deste país....
Realmente é URGENTE E NECESSÁRIO separar quem quer trabalhar de quem nada quer fazer.....
Ponto de vista
Francisco Sarsfield Cabral
Jornalista
Página 1 – 25Fev09
Como realidade ou como ameaça, o desemprego é hoje a principal
angústia dos portugueses. Estar desempregado é um drama económico,
obrigando muitas vezes a baixar drasticamente o nível de
vida. E é também um pesadelo psicológico, pois cria um doloroso
sentimento de inutilidade da pessoa na sociedade.
Mas, ao mesmo tempo que o desemprego alastra, acontece algo
estranho: várias empresas não conseguem recrutar pessoas para
trabalhar. Porque o salário é baixo? Porque o emprego não é garantido
por muito tempo? Talvez, mas um emprego mal pago e
precário será sempre melhor do que emprego nenhum. Ou não?
Uma aplicação pouco rigorosa do subsídio de desemprego pode,
em parte, explicar este paradoxo. Há quem esteja empregado só o
tempo necessário para ser despedido, voltando ao emprego quando
acaba o prazo do subsídio e assim sucessivamente.
Mas a razão principal para recusar empregos neste tempo em que
eles faltam é de ordem simbólica: as pessoas não aceitam, hoje,
trabalhos que fariam há 30 ou 40 anos. Sentem-se diminuídas socialmente.
Somos um país pobre, mas que agora finge ser rico.
Realmente é URGENTE E NECESSÁRIO separar quem quer trabalhar de quem nada quer fazer.....
Ponto de vista
Francisco Sarsfield Cabral
Jornalista
Página 1 – 25Fev09
Como realidade ou como ameaça, o desemprego é hoje a principal
angústia dos portugueses. Estar desempregado é um drama económico,
obrigando muitas vezes a baixar drasticamente o nível de
vida. E é também um pesadelo psicológico, pois cria um doloroso
sentimento de inutilidade da pessoa na sociedade.
Mas, ao mesmo tempo que o desemprego alastra, acontece algo
estranho: várias empresas não conseguem recrutar pessoas para
trabalhar. Porque o salário é baixo? Porque o emprego não é garantido
por muito tempo? Talvez, mas um emprego mal pago e
precário será sempre melhor do que emprego nenhum. Ou não?
Uma aplicação pouco rigorosa do subsídio de desemprego pode,
em parte, explicar este paradoxo. Há quem esteja empregado só o
tempo necessário para ser despedido, voltando ao emprego quando
acaba o prazo do subsídio e assim sucessivamente.
Mas a razão principal para recusar empregos neste tempo em que
eles faltam é de ordem simbólica: as pessoas não aceitam, hoje,
trabalhos que fariam há 30 ou 40 anos. Sentem-se diminuídas socialmente.
Somos um país pobre, mas que agora finge ser rico.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
O Horror do Vazio....
Depois de em Outubro ter morto o casamento gay no parlamento, José Sócrates, secretário-geral do Partido Socialista, assume-se como porta-estandarte de uma parada de costumes onde quer arregimentar todo o partido.
Almeida Santos, o presidente do PS, coloca-se ao seu lado e propõe que se discuta ao mesmo tempo a eutanásia. Duas propostas que em comum têm a ausência de vida. A união desejada por Sócrates, por muitas voltas que se lhe dê, é biologicamente estéril. A eutanásia preconizada por Almeida Santos é uma proposta de morte. No meio das ideias dos mais altos responsáveis do Partido Socialista fica o vazio absoluto, fica "a morte do sentido de tudo" dos Niilistas de Nitezsche.
A discussão entre uma unidade matrimonial que não contempla a continuidade da vida e uma prática de morte, é um enunciar de vários nadas descritos entre um casamento amputado da sua consequência natural e o fim opcional da vida legalmente encomendado. Sócrates e Santos não querem discutir meios de cuidar da vida (que era o que se impunha nesta crise). Propõem a ausência de vida num lado e processos de acabar com ela noutro. Assustador, este Mundo politicamente correcto, mas vazio de existência, que o presidente e o secretário-geral do Partido Socialista querem pôr à consideração de Portugal. Um sombrio universo em que se destrói a identidade específica do único mecanismo na sociedade organizada que protege a procriação, e se institui a legalidade da destruição da vida.
O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência. Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer.
Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos. O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido. Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã.
E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade. São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime. O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos.
Mário Crespo
In Jornal de Notícias – 16. 02. 2009
Almeida Santos, o presidente do PS, coloca-se ao seu lado e propõe que se discuta ao mesmo tempo a eutanásia. Duas propostas que em comum têm a ausência de vida. A união desejada por Sócrates, por muitas voltas que se lhe dê, é biologicamente estéril. A eutanásia preconizada por Almeida Santos é uma proposta de morte. No meio das ideias dos mais altos responsáveis do Partido Socialista fica o vazio absoluto, fica "a morte do sentido de tudo" dos Niilistas de Nitezsche.
A discussão entre uma unidade matrimonial que não contempla a continuidade da vida e uma prática de morte, é um enunciar de vários nadas descritos entre um casamento amputado da sua consequência natural e o fim opcional da vida legalmente encomendado. Sócrates e Santos não querem discutir meios de cuidar da vida (que era o que se impunha nesta crise). Propõem a ausência de vida num lado e processos de acabar com ela noutro. Assustador, este Mundo politicamente correcto, mas vazio de existência, que o presidente e o secretário-geral do Partido Socialista querem pôr à consideração de Portugal. Um sombrio universo em que se destrói a identidade específica do único mecanismo na sociedade organizada que protege a procriação, e se institui a legalidade da destruição da vida.
O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência. Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer.
Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos. O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido. Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã.
E claro que há ainda o gritante oportunismo político destas opções pelo "liberalismo moral" como lhe chamou Medina Carreira no seu Dever da Verdade. São, como ele disse, a escapatória tradicional quando se constata o "fracasso político-económico" do regime. O regime que Sócrates e Almeida Santos protagonizam chegou a essa fase. Discutem a morte e a ausência da vida por serem incapazes de cuidar dos vivos.
Mário Crespo
In Jornal de Notícias – 16. 02. 2009
A vida....
"Sonha como se a vida fosse eterna...
Vive como se o mundo terminasse amanhã...
Se não for para me fazeres voar bem alto,
Não me faças tirar os pés do chão"
Vive como se o mundo terminasse amanhã...
Se não for para me fazeres voar bem alto,
Não me faças tirar os pés do chão"
Muito Bonito.......
Em Todas as Ruas te Encontro
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny, in "Pena Capital"
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny, in "Pena Capital"
Papoila
Subscrever:
Mensagens (Atom)