Algumas questões...
1 – Por que aceitou integrar este projecto?
Atendendo a que ajudei a criar um projecto idêntico num passado recente, não poderia recusar este novo projecto, dado que o fio condutor destes movimentos cívicos ser o mesmo: a Benedita em primeiro.
2 – O que pensa da Benedita actual?
A freguesia da Benedita vive neste momento um período bastante complexo, não só pelo abrandamento de toda a actividade industrial e agrícola (pecuária) como também pela nuvem do desemprego que ameaça a freguesia e da pobreza envergonhada que já existente.
É urgente redefinir um rumo para a freguesia e utilizar TODOS os "créditos" que a Benedita possui, junto do poder municipal, exigindo deste, toda a atenção que merece, salvaguardando princípios de igualdade e equidade.
A Benedita tem a curtíssimo prazo que readquirir a atractibilidade que hà décadas a caracterizava, tem que ter capacidade de apoiar quem nela quer investir novas dinâmicas de desenvolvimento e exigir descentralização de competências à Câmara Municipal, acompanhadas do respectivo suporte financeiro.
A Benedita social e solidária tem que ser uma realidade, a Benedita pioneira tem que reaparecer, a Benedita motor do concelho, tem que voltar liderar, a Benedita capital do município, terá que perder o medo e exigir ser tratada no mínimo como parceiro e não como coutada.
3 – Indique 3 propostas/ideias para construirmos a Benedita do amanhã
Ninguém da Benedita consegue arranjar só 3 propostas/ideias para a Benedita.... é uma pergunta bastante redutora... no mínimo cada Beneditense arranjaria umas 30.... Como somos cerca de dez mil habitantes, é como alguém um dia disse " é só fazer as contas" e obtemos muitas propostas para o futuro risonho que se pretende para a freguesia.
Na verdade, existem freguesias mais débeis que a nossa, mas muito ainda existe por concretizar. No entanto, atendendo á sua abrangência, a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Integrado, sério, rigoroso e simultâneamente ambicioso, parece-me um bom ponto de partida.
A freguesia não pode ser gerida a todos os níveis, por medidas avulsas, ao sabor das conveniencias e disponibilidades ocasionais. Faça-se muito ou pouco, mas que seja bem feito e devidamente enquadrado nos vectores de desenvolvimento sustentável previamente estabelecidos.
Outra sugestão, prende-se com as acessibilidades, ou neste caso com a difícil e morosa acessibilidade aos grandes centros de decisão.
A freguesia da Benedita está no centro de um triângulo formado pela A1 a nascente, pela A15 a sul e pela A8 a poente. È urgente criar uma via rápida ao eixo Lisboa/Porto para que a freguesia fique mais perto destas duas metrópoles e possa beneficiar de todas as suas potencialidades.
Diria ainda que, em termos de estrutura urbana, é necessário consolidar a malha existente e antever/prespectivar a abertura de novas avenidas, idênticas á Padre Inácio Antunes, ligando a E.N. 8-6 ao actual IC2, sendo estas autênticos faróis no ordenamento do espaço eventualmente urbanizável. Não só se acautela á distância dificuldades previsíveis no modelo de organização espacial como também, criando bolsas de terrenos, se compensará em devido tempo quem, em benefício da freguesia da Benedita, vier a ser prejudicados nos seus bens.
Evidentemente que são aqui deixadas algumas ideias/sugestões pessoais para a Benedita do amanhã....
O futuro da Benedita será certamente aquilo que os Beneditenses escolherem e tenho a convicção que, escolham o que escolherem, será sempre o melhor.
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Acessi(de)bilidades
(pior cego é o que não quer ver)
Acessi(de)bilidades
(pior cego é o que não quer ver)
As condições de acessibilidade são factores de extrema relevância para o desenvolvimento sócioeconómico de uma freguesia, tornando-a atractiva para qualquer tipo de investimento que, consequentemente, proporcionará as relações económicas geradoras de emprego e fixação de pessoas, contribuindo para a redução das assimetrias existentes promovendo com equidade e igualdade o desenvolvimento global no território.
Se analisamos desta forma as acessibilidades entre dois espaços territoriais, teremos que o fazer mesma forma, para o espaço geográfico de uma unidade territorial, neste caso a área da freguesia da Benedita.
É pois necessário para um desenvolvimento harmonioso dotar toda a freguesia de boas acessibilidades, sejam elas para os transportes rodovários, quer sejam para os peões. Por norma quando se fala em utilizador da rede viária, associa-se de imediato ao condutor do veículo, “esquecendo-nos” que esse mesmo utilizador, também é peão e nessa condição tem necessidades de se deslocar.
A actual rede viária da freguesia, não pode viver só das obras de novos asfaltamentos, evidentemente necessários e merecidos e motivo de promessas de vários ciclos eleitorais, como também da sua posterior manutenção e reparação. Desta forma maximiza-se todo o investimento inicial, aumenta-se a durabilidade do arruamento e evitam-se muitos danos físicos e materiais ao utilizador.
Se por norma, o “veiculo circula na estrada” e o “peão nos passeios” na freguesia da Benedita, a excepção é esta premissa. Na Benedita, quando acaba a faixa de circulação encontramos a escarpa da valeta, obrigando peões e veiculos automóveis a partilhar o mesmo espaço.
É diáriamente visível a disputa entre automóveis e peões, por um lugar na estrada. Por incrível que pareça, ainda existem peões na Benedita, isto é, pessoas que a pé, diáriamente utilizam as estradas para circular (nem todos tem automóvel, certo?!).
Dentro da Vila da Benedita encontramos uma rede viária minimamente estruturada, com faixa de rodagem, passeios e locais de atravessamento para peões. Nesta análise não se inclui rampeamento nos passeios e passadeiras para acesso de indivíduos com mobilidade condicionada (cadeira de rodas, carrinhos de bébés, crianças, idosos, etc....) – Decreto-Lei 163/2006 – Acessibilidade e Mobilidade para Todos – pois como “seres inferiores” não mereçem estas mordomias).
Fora da sede da freguesia, principalmente nas principais ligações com os lugares passeios para peões simplesmente não existem!!
Vamos fazer um esforço mental e recordar onde terminam os passeios para peões para quem sai para a zona norte da Freguesia....Casal da Estrada, Chamiço, Pedra Redonda?
E quem se dirige para este.... para a zona dos Candeeiros, Freires, Casal Gregório, Casal do Guerra?
E para a zona sul e oeste? Para o Taveiro, Moita Gavião, Azambujeira, Frei Domingos, Ribafria?Será que os habitantes destes lugares não podem vir a pé e em segurança à sede da freguesia??
Será necessário “vir de carro” para a Benedita, para depois se ir “andar” nos passeios da Avenida Padre Inácio Antunes, por ser o ùnico lugar “seguro” para os peões circularem à vontade?
Será que ao poder executivo municipal, pois é este que tem meios financanceiros, não são solicitadas e exigidas pela autarquia estas “simples” obras?
Se são exigidas, porque razão a Benedita não as tem?
Ou será porque as pessoas dos lugares menosprezam a sua segurança e se sentem inferiores aos habitantes da sede de freguesia e como tal não merecedores de vias pedonais?
Responda quem souber... se souber responder!
Numa terra onde existem condutores que a altas velocidades não respeitam crianças que atravessam a estrada na passadeira, defronte de uma escola primária, rodeada por duas lombas, dois sinais de transito a limitar velocidade e um outro a informar da próximidade da escola,.... pedir passeios para os peões deve ser totalmente descabido e patético.
Mesmo não servindo para mais nada, se tivessemos passeios em todas as principais estradas da freguesia seria mais fácil ensinar e demonstrar a estes super condutores, através de formação cívica obrigatória, que a palavra “passeios” pode ter outro significado para além dos “passeios” de lazer e tempos livres a que certamente estão habituados.
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Sítio Biológico da Fonte da Senhora, Vale da Franca e Mata dos Loureiros
Sítio Biológico da Fonte da Senhora, Vale da Franca e Mata dos Loureiros
A Benedita possui um local que, pelas condições biofísicas que apresenta, tem potencialidades para se tornar num santuário de fauna e flora. Falo, como é óbvio, da zona da Fonte da Senhora, Vale da Franca e Mata dos Loureiros.
A Junta de Freguesia possui o “terreno” da Fonte da Senhora que em associação a terrenos confinantes particulares, se poderiam valorizar não só como local permanente de Educação Ambiental, como também na fonte de passeio “domingueiro” dos beneditenses e de quem nos visitasse.
Neste local vivem em estado selvagem centenas de espécies de animais e plantas. Como objectivo do Sítio, teríamos a compreensão, pelos visitantes, da paisagem (agro)florestal da região, incluindo todos os seus componentes (flora, fauna, clima, alguma arquitectura rural, usos e costumes, hidrografia, etc.) e do contraste entre essa paisagem e a envolvente urbana. Seria também, antes de mais, “um memorial da paisagem da região, que está a perder as suas características em favor da construção”.
A Câmara Municipal iniciou à pouco tempo, a ideia pouco peregrina, da requalificação da Fonte da Senhora.
Em associação aos técnicos do município, a Benedita tem potencial intelectual para, em comunhão com a toda a população local, projectar para a zona, uma obra que se identifique com os Beneditenses pois serão estes os principais vigilantes e interessados na sua preservação.
Será sempre mais fácil criticar o que é executado, muitas vezes apenas pelo prazer de ser do contra. O que se pretende para o local poderá sempre ser objecto de um concurso de ideias, sugestões ou indicações de quem conhece a temática.
No entanto, a construção de um lago (represa) a jusante da Fonte da Senhora, aproveitando as águas das nascentes e de escorrência, a reabertura e consolidação dos caminhos rurais com limpeza dos terrenos, a instalação de valências de apoio ao visitante e desportivas (centro de interpretação com programas de visita, animação, material didáctico, exposições de temática ambiental, circuito de manutenção, café/bar/restaurante bar com esplanada, locais para picnic’s e convívio), a valorização de alguma actividade agrícola ainda existente ou a implementar, (assente na produção biológica), poderiam ser algumas ideias....
A envolvencia de toda a comunidade neste obra através de protocolos de índole social, económica e ambiental, transformaria toda esta área num local onde a educação ambiental associada à educação física em meio natural.
Este Sítio seria um cartão de visita único na zona, transformando a Benedita na capital ambiental do concelho e dinamizando aspectos com pouquissima expressão na freguesia como os turísticos, lúdicos e ambientais .
A Benedita sempre foi grande nas suas missões, nas suas obras e na capacidade de as executar. Sempre que a comunidade se envolveu, a obra surgiu. A freguesia da Benedita deverá, em tempo de crise económica, redescobrir potenciais endógenos de modo a serem uma mais-valia a todos os níveis.
Recuperar a capacidade de atracção, potenciar investimentos geradores de riqueza e cuidar da saúde ambiental da freguesia e dos Beneditenses é certamente criar fontes de bem estar que todos desejamos.
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