E esse sol só pode nascer dentro de nós...
(Mia Couto, O Último Voo do Flamingo)
Nascer do Sol - Serra dos Candeeeiros / Portugal
Costuma-se nomear o Sol sempre que do astro os olhos se abeiram, como se nesse instante ele fosse tão próximo como uma mão, uma árvore ou a rebentação de ondas na praia... Costuma-se falar do pôr-do-sol cor de fogo quando de África se fala... Enfim, costumamos deixar que algo se nomeie ou fale dentro de nós, como se a linguagem fosse um mundo que se abre naturalmente e independentemente de nós.
Mas não é habitual que o astro-rei faça a sua alvorada dentro de nós, fora do céu onde diariamente se pinta. E quando tal acontece, é como se a natureza cuidasse em guardar dentro de nós as suas raízes...... (...)
Enfim, qualquer sol é sol que amanhece, irrompe e deseja ardentemente fazer a luz brilhar. (...)
Bem-haja o teu sol, que em ti amanhecia como sóis de inúmeros lugares; é esse sol que são sóis que nascem dentro de nós...
Créditos Texto: Daniela Gonçalves e João Hespanhol
(Voluntariado em Lichinga, Moçambique, Verão 2008)
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