domingo, 6 de novembro de 2011

Envelhecimento versus Alterações Climáticas

O envelhecimento da população contribui para as alterações climáticas

Parece ser uma verdade inquestionável que o envelhecimento da população mundial terá impacto positivo nas alterações climáticas que agora se observam.

A revista Proceedings da National Academy of Sciences afirma que entre outras razões o envelhecimento populacional pode afectar significativamente as emissões globais de dióxido de carbono nos próximos 40 anos.

Prevê-se que até meados do século XXI a população possa aumentar em mais de três biliões de pessoas, principalmente nas áreas urbanas. Neste mesmo estudo consagra-se a teoria de que um “abrandamento do crescimento da população poderia contribuir para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa”. Este abrandamento “desejável” na evolução da população “poderia levar a 16% a 29% das reduções de emissões, o que seria o suficiente para evitar impactos mais graves.” Claro que esta redução não vai resolver o problema por si só, mas a inversão da tendência do crescimento populacional irá ter a sua contribuição a longo prazo.

Segundo Brian O’Neill, (investigador norte-americano que participou neste estudo) ao jornal i (Outubro de 2010), “as questões demográficas têm sido “negligenciadas” quando se fala de alterações climáticas. O envelhecimento continuado da população europeia poderá representar 20 a 30% das reduções necessárias para atingir a meta de reduzir metade do carbono até 2050.

Evidentemente que existem muitas outras formas de redução de gases nocivos para a atmosfera, pois, por exemplo, este estudo aponta para que nos “próximos 40 anos, Portugal pode perder um quarto da população, para sete milhões de habitantes. Destes, um terço deverão ser idosos…” No mínimo bastante preocupante!!!

Se globalmente podemos concluir esta relação directa entre envelhecimento populacional e minimização dos efeitos nas alterações climáticas, também o podemos afirmar quando se analisa dois grandes grupos de países: os países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Nos países ditos desenvolvidos o crescimento manterá a tendência de crescimento “lento” enquanto nos países em vias de desenvolvimento (refira-se a China e a Índia) a desaceleração mais acentuada terá um enorme impacto no tamanho da população mundial (ainda esta semana a China, manteve as politicas anti-natalistas já instituídas à anos e que tem como objectivo controlar a explosão demográfica chinesa – 1 casal / 1 filho).

Este “decréscimo” na evolução do crescimento populacional por si só contribuirá para uma menor emissão de gases com efeito estufa; contudo, pela sua pujança industrial, a importância “per capita” será maior nos países desenvolvidos porque a “população idosa está associada a uma menor participação na força de trabalho, e a consequente diminuição da produtividade leva a um menor crescimento económico”. Estima-se que, nalguns países desenvolvidos, o envelhecimento possa reduzir até 20% a emissão de carbono para a atmosfera.

“A urbanização será particularmente importante em muitos países em desenvolvimento, especialmente China e Índia, e o envelhecimento será importante nos países industrializados” afirma O’Neill . A ideia, sengundo consta, passa por conter a pressão urbana e ter menos pessoas activas, pensando “melhor” a demografia.

A equipa de investigação descobriu que “o crescimento das populações urbanas pode levar a um aumento de 25 por cento nas emissões de dióxido de carbono em alguns países em desenvolvimento. O aumento do crescimento económico associado à população urbana foi directamente correlacionado com o aumento das emissões de dióxido de carbono, em grande parte devido ao aumento da produtividade e preferências de consumo da população urbana”.

“A Demografia irá influenciar as emissões de gases de efeito estufa nos próximos 40 anos”. Segundo o jornal i, só na Europa ela poderá representar 1/3 do caminho necessário para garantir que a temperatura global não aumenta acima dos 2 graus, uma das metas, acordada na cimeira de Copenhaga.
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