O primeiro autocarro anfíbio de Lisboa já navega no Tejo
Há nova estrela no rio. Chegou o autocarro da Hippotrip que não só mostra Lisboa aos turistas por terra como, logo de seguida, "mergulha" para dar a ver a capital a partir do rio. Nos planos, chegar a outras cidades do país: o Porto já está na mira.
Chama-se "Lola" e os seus "mergulhos" no Tejo vão passar a surpreender muita gente. É o primeiro autocarro anfíbio de Lisboa (até da Península Ibérica) e marca a estreia da Hippotrip, agência de excursões turísticas. O autocarro vai levar os turistas por percursos em terra, pelo centro de Lisboa até ao rio, e depois entra nas águas do Tejo e prossegue o seu caminho a navegar. "A reacção é fantástica", disse à Fugas Catarina Tomé, da Hippotrip. "Quando o autocarro de repente desce a rampa para o rio, as pessoas ficam estupefactas", comenta. Depois de alguns testes, o primeiro "splash" oficial da "Lolla" deu-se esta sexta-feira e, a partir de agora, o autocarro passará a realizar várias viagens. Para já, durante o mês de Maio, de sexta a domingo. A partir de Junho, as viagens serão diárias. Os bilhetes custam entre 15 (criança dos dois aos 16, maiores de 65) e 25€ (adulto) com trajectos de cerca de 90 minutos (60 em terra, 30 no rio). O autocarro-barco poderá transportar 40 pessoas. Nas viagens de Maio, começa às 9h, repetindo os passeios de duas em duas horas.
A empresa de Turismo Anfíbio promete "diversão, riso e aventura", tudo "embrulhado na experiência de passeio turístico mais singular de Lisboa". A viagem é acompanhada por guias, que deverão ir além da normal informação sobre as atracções turísticas que se vão vendo numa viagem; espere-se um "espectáculo" bem-humorado, em que se pode também "aprender sobre a cultura e história fabulosa desta cidade deslumbrante", resumem. O convite é para apreciar "Lisboa com um splash".
Os guias da HippoTrip "tentam ser mais interactivos com as pessoas, falando em inglês e português para todos se sentirem integrados", diz-nos Catarina. Ao longo do “tour”, "há histórias com um toque de humor. “Pesquisámos muitas histórias engraçadas sobre os monumentos e outros locais, menos conhecidas".
Tanto guias como motoristas também têm que ter mais “predicados” do que apenas capacidade de animar ou conduzir: nos critérios de contratação (há vagas disponíveis) dos motoristas refere-se que, como “serão responsáveis pela condução do veículo em terra e governação da embarcação na água”, devem ser “Mestres Locais e similares” ou, pelo menos, Patrões Locais; isto é ter carta náutica e acreditações profissionais conexas. Os guias também têm que ter carta de Patrão Local.
Os trajectos turísticos têm partida das Docas de Santo Amaro, em Alcântara, perto do Clube Naval (Associação Naval de Lisboa). Aqui, entra-se no autocarro e segue-se depois pela cidade, com passagens por locais como o Terreiro do Paço, Rossio, Marquês de Pombal, Estrela, Belém. Na Doca do Bom Sucesso, "Lola" entra pelo rio adentro e navega com a Torre de Belém, o Padrão dos Descobrimentos, o Museu da Electricidade ou a Fundação Champalimaud à distância do olhar. A chegada é ao Centro Náutico de Algés. Este é o percurso fixo mas pode haver trajectos especiais para determinados eventos ou grupos.
Quem se quiser candidatar a guia terá que ter um currículo recheado: "Boa apresentação, gosto e grande à vontade em falar para pequenos grupos" e, além de conhecimentos de cultura geral e local, "possuir um bom conhecimento de Português, Inglês e eventualmente uma terceira língua". Para mais, "é requisito fundamental que tenham alguma formação marítima, sendo a carta de Patrão Local o mínimo exigido".
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Créditos: Por Luís J. Santos/Fugas -
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