Quais as ambiguidades que ocorrem com o verbo parar?
Diogo Arrais, professor de língua portuguesa do Damásio Educacional, dá exemplos divertidos de como o verbo parar e a preposição para podem causar confusão
*Respondido por Diogo Arrais, professor de língua portuguesa do Damásio Educacional
De acordo com a recente Reforma Ortográfica, os pares pôr (verbo) e por (preposição); pôde (verbo no pretérito perfeito do indicativo) e pode (verbo no presente do indicativo) são os únicos que continuam enquadrados na regra da Acentuação Diferencial.
O verbo PARAR, por exemplo, na 3ª pessoa do singular, no presente do indicativo, deu adeus ao agudo: PARA.
Sim! Por questões relativas à regra de acentuação gráfica, a palavra ajustou-se a tantos outros paroxítonos finalizados em –A: CARA, CASA, MALA, LAVA, PARA.
Até aí, tudo bem! O problema, em alguns casos, está nas indubitáveis ambiguidades geradas pelo “novo” PARA. Em semana de mais manifestações no Brasil, viram-se as seguintes mensagens:
“SINDICATO PARA O TRABALHADOR”
Teoricamente, destinado ao trabalhador; ironicamente, é instituição que trava a população.
“O PARTIDO PARA O POVO”
Virgem! Depende da visão, né? A Política pode estacionar o povo.
“OBRA PARA O TRÂNSITO”
A obra deveria ser para o bem-estar das pessoas; com tantas falcatruas, no Brasil, muitas obras param o trânsito.
Vejamos, agora, o que um banco famoso cravou como lema:
“UM BANCO PARA VOCÊ”
Com tantas filas, taxas, atendentes eletrônicos, um banco é capaz de paralisar meu dia a dia, minha vida.
Enfim, sem o uso do acento agudo diferencial, a ambiguidade – ao menos irônica - pode surgir. A preposição “a”, pela relação semântica semelhante, serviria, pois, como elemento de retirada da confusão – caso o sentido pretendido seja de destinação.
Em tempos de Reforma Ortográfica em nosso condomínio, muitos sugerem chamar o Síndico: “Alô! Alô! Academia! A Reforma não pode ser praticada apenas no Brasil!”
Que os casos confusos sejam revistos! Por um Brasil sem a confusão gráfica ou semântica!
Um abraço e até a próxima!
Diogo Arrais
O verbo PARAR, por exemplo, na 3ª pessoa do singular, no presente do indicativo, deu adeus ao agudo: PARA.
Sim! Por questões relativas à regra de acentuação gráfica, a palavra ajustou-se a tantos outros paroxítonos finalizados em –A: CARA, CASA, MALA, LAVA, PARA.
Até aí, tudo bem! O problema, em alguns casos, está nas indubitáveis ambiguidades geradas pelo “novo” PARA. Em semana de mais manifestações no Brasil, viram-se as seguintes mensagens:
“SINDICATO PARA O TRABALHADOR”
Teoricamente, destinado ao trabalhador; ironicamente, é instituição que trava a população.
“O PARTIDO PARA O POVO”
Virgem! Depende da visão, né? A Política pode estacionar o povo.
“OBRA PARA O TRÂNSITO”
A obra deveria ser para o bem-estar das pessoas; com tantas falcatruas, no Brasil, muitas obras param o trânsito.
Vejamos, agora, o que um banco famoso cravou como lema:
“UM BANCO PARA VOCÊ”
Com tantas filas, taxas, atendentes eletrônicos, um banco é capaz de paralisar meu dia a dia, minha vida.
Enfim, sem o uso do acento agudo diferencial, a ambiguidade – ao menos irônica - pode surgir. A preposição “a”, pela relação semântica semelhante, serviria, pois, como elemento de retirada da confusão – caso o sentido pretendido seja de destinação.
Em tempos de Reforma Ortográfica em nosso condomínio, muitos sugerem chamar o Síndico: “Alô! Alô! Academia! A Reforma não pode ser praticada apenas no Brasil!”
Que os casos confusos sejam revistos! Por um Brasil sem a confusão gráfica ou semântica!
Um abraço e até a próxima!
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