Visita à Gruta de Alcobertas - Rio Maior
O projecto da Terra Chã visa não só a recuperação dos danos que a Gruta de Alcobertas foi sofrendo ao longo dos anos - de tal forma que teve de ser encerrada ao público só sendo possíveis as visitas com marcação prévia -, mas também permitir que ela seja visitada por pessoas com mobilidade reduzida e invisuais (com recurso ao tacto).
Júlio Ricardo, da direcção da Cooperativa Terra Chã, disse à agência Lusa que o projecto foi alvo de uma primeira candidatura ao Programa de Cooperação Territorial do Espaço Sudoeste - Interreg Sudoe - em parceria com grutas do Sul de França e de Espanha, em 2008, mas não foi aprovado, estando em preparação nova candidatura.
Além da acessibilidade, o projecto prevê a recuperação com o objectivo de tornar a gruta num «espaço de interpretação subterrâneo», quer na vertente da espeleologia, quer ambiental, quer arqueológica, adiantou.
A Gruta de Alcobertas, com uma extensão de 210 metros e, em alguns locais, uma altura de nove metros, foi habitada pelo Homem do Paleolítico Superior (há cerca de 15 mil anos) e nela foram encontradas ossadas relativas a possíveis enterramentos no Neolítico, disse Júlio Ricardo à Lusa.
Em 1878, na obra 'Portugal Antigo e Moderno', Pinho Leal dedica três páginas à Gruta de Alcobertas, considerando-a das mais belas da Europa.
Um projecto privado, que visava explorar a gruta mas nunca foi concluído, deu os primeiros golpes na beleza natural do lugar, ao destruir elementos para traçar um percurso de visita, destruição que se acentuou com o acesso ao local de pessoas que simplesmente arrancaram estalactites e estalagmites «para levar como recordação».
Desde que a Cooperativa Terra Chã assumiu a responsabilidade da Gruta (com o acordo do Parque Natural das Serras d'Aire e Candeeiros), inserindo-a nos percursos na natureza que realiza na zona, a porta de acesso passou a estar fechada a cadeado.
A porta de ferro é agora aberta apenas quando se realizam visitas marcadas, essencialmente de alunos do primeiro ciclo e idosos (dada a boa acessibilidade), mas também de estudantes universitários no âmbito de projectos de investigação ou ainda inseridas em percursos temáticos, como as rotas dos Pastores e das Orquídeas, ou de simples passeio pela serra, organizadas pela Terra Chã.
Segundo Júlio Ricardo, o processo de destruição que a gruta tem sofrido é usado «numa perspectiva pedagógica, quer do que não se deve fazer numa gruta - que foi a tentativa de a transformar em local de visita para turismo de massas -, quer pelas pessoas que vinham visitar sem qualquer enquadramento e que queriam levar pequenas recordações, partindo pequenas estalactites ou estalagmites, sem qualquer sentido, porque elas são bonitas lá dentro e não têm qualquer interesse cá fora».
A ideia do projecto é associar a componente ambiental e de preservação da natureza a uma componente de «criação de riqueza, na perspectiva de uma economia centrada nas pessoas da região e que permita continuarem a viver no espaço rural, nas suas aldeias, e não a partirem todos em debandada para as cidades, como se aí estivesse o fulcro da civilização», disse.
Júlio Ricardo, da direcção da Cooperativa Terra Chã, disse à agência Lusa que o projecto foi alvo de uma primeira candidatura ao Programa de Cooperação Territorial do Espaço Sudoeste - Interreg Sudoe - em parceria com grutas do Sul de França e de Espanha, em 2008, mas não foi aprovado, estando em preparação nova candidatura.
Além da acessibilidade, o projecto prevê a recuperação com o objectivo de tornar a gruta num «espaço de interpretação subterrâneo», quer na vertente da espeleologia, quer ambiental, quer arqueológica, adiantou.
A Gruta de Alcobertas, com uma extensão de 210 metros e, em alguns locais, uma altura de nove metros, foi habitada pelo Homem do Paleolítico Superior (há cerca de 15 mil anos) e nela foram encontradas ossadas relativas a possíveis enterramentos no Neolítico, disse Júlio Ricardo à Lusa.
Em 1878, na obra 'Portugal Antigo e Moderno', Pinho Leal dedica três páginas à Gruta de Alcobertas, considerando-a das mais belas da Europa.
Um projecto privado, que visava explorar a gruta mas nunca foi concluído, deu os primeiros golpes na beleza natural do lugar, ao destruir elementos para traçar um percurso de visita, destruição que se acentuou com o acesso ao local de pessoas que simplesmente arrancaram estalactites e estalagmites «para levar como recordação».
Desde que a Cooperativa Terra Chã assumiu a responsabilidade da Gruta (com o acordo do Parque Natural das Serras d'Aire e Candeeiros), inserindo-a nos percursos na natureza que realiza na zona, a porta de acesso passou a estar fechada a cadeado.
A porta de ferro é agora aberta apenas quando se realizam visitas marcadas, essencialmente de alunos do primeiro ciclo e idosos (dada a boa acessibilidade), mas também de estudantes universitários no âmbito de projectos de investigação ou ainda inseridas em percursos temáticos, como as rotas dos Pastores e das Orquídeas, ou de simples passeio pela serra, organizadas pela Terra Chã.
Segundo Júlio Ricardo, o processo de destruição que a gruta tem sofrido é usado «numa perspectiva pedagógica, quer do que não se deve fazer numa gruta - que foi a tentativa de a transformar em local de visita para turismo de massas -, quer pelas pessoas que vinham visitar sem qualquer enquadramento e que queriam levar pequenas recordações, partindo pequenas estalactites ou estalagmites, sem qualquer sentido, porque elas são bonitas lá dentro e não têm qualquer interesse cá fora».
A ideia do projecto é associar a componente ambiental e de preservação da natureza a uma componente de «criação de riqueza, na perspectiva de uma economia centrada nas pessoas da região e que permita continuarem a viver no espaço rural, nas suas aldeias, e não a partirem todos em debandada para as cidades, como se aí estivesse o fulcro da civilização», disse.
Créditos: Lusa / SOL online 2/05/2009
Sem comentários:
Enviar um comentário