Encontrado ninho de falcão activo há mais de 2500 anos
O ninho pertence a um casal de falcões gerifalte e situa-se num penhasco na Gronelândia, tendo sido também encontrados dois outros ninhos com 1000 anos e um terceiro com mais de 600 anos.
Os falcões gerifalte (Falco rusticolus), a espécie de falcão de maior dimensão, habitam o Árctico e não constroem ninhos com ramos e paus, pondo os ovos em depressões em forma de taça que escavam em saliências na rocha, ou em ninhos feitos por outras aves, como por exemplo os corvos.
A descoberta do ninho com 2500 anos foi realizada por uma equipa da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e foi publicada na revista Ibis. Os investigadores pretendiam determinar por quanto tempo os falcões gerifalte utilizam o mesmo local de nidificação e para isso dataram o guano e outros resíduos encontrados em vários locais de nidificação da Gronelândia. O frio e seco clima local abranda o processo de decomposição dos dejectos dos animais e nalguns dos locais de nidificação os depósitos de guano tinham quase 2m de profundidade.
A datação através do carbono revelou que um ninho em Kangerlussuaq no centro-oeste da Gronelândia tem entre 2360 e 2740 anos. Outros 3 ninhos da área têm mais de 1000 anos e o mais recente foi ocupado pela primeira vez há 520 a 650 anos atrás. “Embora soubesse que muitas espécies de falcão reutilizam os locais de nidificação ano após ano, nunca imaginei que estaríamos a falar de ninhos que têm sido utilizados intermitentemente por mais de 2000 anos”, refere Burnham, que liderou a investigação.
“Esta descoberta enfatizam o quão importantes são as características dos locais de nifidicação para as rapinas, em particular as de maiores dimensões” refere Burnham que acrescentou “Alguma coisa, seja a profundidade da saliência a porção de penhasco suspensa sobre o ninho, atrai de tal modo os falcões gerifalte que os faz reutilizá-los durante milhares de anos”.
No entanto, o facto de os falcões permanecerem fiéis a certos locais de nidificação por centenas de gerações sugere que podem ser especialmente vulneráveis às Alterações Climáticas, alerta o investigador. Com o aquecimento do clima outras espécies como falcões peregrinos estão a deslocar-se para o norte, sendo previsível que compitam com os falcões gerifalte por locais de nidificação. Se os animais forem obrigados a encontrar localizações alternativas estas podem não estar tão protegidos do duro clima da Gronelândia.
Créditos : BBC Earth News/Sapo/FilipaAlves
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