Sínodo dos Bispos Africanos
África pede respeito
A mensagem fi nal da II Assembleia especial para a África do Sínodo dos Bispos foi apresentada esta sexta-feira, no Vaticano, na presença do Papa Bento XVI. Uma longa salva de palmas sublinhou a leitura do texto, perante mais de 200 participantes.
O documento pede que a comunidade internacional trate o continente com “respeito” e altere as regras do jogo económico, com referência especial para a dívida externa. A exploração das multinacionais e a agenda escondida por detrás das ajudas às populações carenciadas estão também “na mira” dos padres sinodais.
A mensagem sublinha, em relação à pandemia da SIDA, a mensagem já afi rmada pelo Papa de que a questão não se resolve com distribuição de preservativos.
Uma palavra especial é dedicada às relações com o Islão, assegurando que diálogo é possível, sendo importante, contudo, dizer “não” ao fanatismo.
“África, levanta-te e anda!” é a forte interpelação deixada pelos Bispos, que repetem apelos: aos sacerdotes, para que respeitem o celibato, às famílias, aos jovens e às crianças. Em comum, o pedido de que todos se empenhem em favor da reconciliação e que exista discernimento no confronto com o mundo ocidental.
A experiência de Moçambique
O Bispo da Beira, D. Jaime Gonçalves, levou aos trabalhos do Sínodo a experiência de reconciliação de Moçambique. Em entrevista à Renascença, D. Jaime explicou que
destacou, na sua intervenção, a importância da reconciliação “num continente onde ainda há violência, em forma de guerras, e em termos de pessoas que estão a sofrer”.
“Dentro do processo que fi zemos, que nos levou aos acordos de paz, as partes, logo na assinatura do acordo geral, propuseram a reconciliação. Cada uma ficaria responsável, daí em diante, pelos seus próprios actos, mas o passado fi cou perdoado. Isso viveu-se até hoje, foi um processo singular, este de Moçambique. E no sínodo pudemos partilhar isso com os nossos colegas.
Propondo-o como uma via para a reconciliação”, disse o Bispo da Beira.
A ideia, explica, é levar essa experiência para as regiões que ainda vivem em confl ito. “Agora vamos tentar iniciar em África, onde ainda não foi iniciado, o processo de reconciliação. É essa missão que a Igreja assume com este sínodo”, explica D. Jaime, nesta entrevista em que fala, ainda, da relação económica entre África, o Ocidente e a China: “Não podemos supor que vamos
continuar neste jogo assim. Vai-se chegar a uma situação em que a economia vai ter que contar com o progresso de África”.
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Créditos: Página 1 Online
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