Aquando da celebração do 35º aniversário da independência de Angola, a revista Visão publica uma reportagem sobre o novo modelo de vida dos angolanos. Para alguns, um novo estilo de vida.
A cidade de Luanda é a capital de todo o mundo que tem o metro quadrado ao preço mais elevado; recentemente, em Lisboa, foi apresentado um novo espaço comercial, o Luana Park; uma percentagem da sua população consta do top mundial dos voos privados; chineses, brasileiros, espanhóis e italianos, todos querem investir em Angola.
Este é o cenário de alguns habitantes em Luanda. A reportagem de Alexandra Correia e Lucília Monteiro começa com fotografias de Luanda: nas primeiras, o luxo e o requinte dos condomínios privados, noutra o lixo do mercado do samba e o centro comercial dos pobres, o Roque Santeiro. Uma imagem que ilustra as assimetrias sociais que caracterizam Angola. No entanto, de acordo com “Luanda – a vida na cidade dos extremos” – o nome da reportagem da Visão - já existem indícios daquilo que poderá vir a ser uma classe média, embora um “litro de leite continua a custar 2,6 euros e beber um café deixa-nos três euros mais pobres”, contam as jornalistas.
Aqui, Angola ganha o pseudónimo de “país das contradições”. Por um lado, os musseques sobrelotados, com alguns e incertos milhares de pessoas, que até ao final de Agosto se abasteciam no Mercado do Roque Santeiro. Agora, o histórico espaço passou para Panguila, a 18km da cidade, onde estarão reunidas as condições de saneamento básicas que “irão afastar, finalmente, as moscas da carne”. Os momentos lúdicos para a classe baixa fazem-se com uma aparelhagem, “sardinhas e cerveja para o fim-de-semana”.
Por outro lado, a sul, as festas fazem-se com música do vivo no Miami Beach ou no Chill Out onde cada cliente paga 100euros para entrar. Os frequentadores destes clubes vivem em condomínios privados na Talatona “junto da praia, com arame farpado e guardas à porta” e fazem compras no Centro Comercial de Belas onde os preços são o triplo daqueles que são praticados em Portugal.
Num retrato de Luanda, a reportagem da Visão aborda – além das desigualdades sociais – as estreitas relações com a China, onde as jornalistas focam o caso da construção do Hospital Geral de Luanda que teve que ser evacuado depois de quatro anos porque estava prestes a ruir. Um assunto sensível mas também motivo de investigação é a corrupção, “a gasosa”, já que Angola faz parte dos 20 países mais corruptos de todo o mundo.
Na boca dos portugueses, Angola é neste momento “A terra das oportunidades”. Lá há demasiada coisa a passar-se em diferentes áreas: na construção, nas comunicações, nas artes, na música. O kuduro é banda sonora mundial, as cores quentes estão nas passerelles de tudo, o Mussulo é uma referência turística. Os estudantes angolanos que estão na diáspora só pensam no retorno. Ouvia-se há dias: “Para Angola já e em força”.
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Créditos: SapoNoticias-Eliana Silva
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
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