sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Bactéria no Titanic

Descoberta uma nova bactéria de vida extrema no casco do Titanic

Foi descoberta uma nova bactéria do grupo das Halomonas no casco do navio mais famoso e mítico da nossa história, o Titanic.


Antonio Ventosa é um perito mundial no grupo de bactérias a que pertence o organismo capaz de viver de arsénico descoberto na semana passada. Trata-se do género "Halomonas", um conjunto de espécies capaz de viver em condições de alta salinidade.

Há mais de 30 anos que este especialista se tem dedicado ao estudo e à classificação destas bactérias. Desde que foram descobertas pela primeira vez as Antillas Holandesas em 1980, a sua equipa já identificou e descreveu a grande maioria das 66 espécies pertencentes a este género. Juntamente com a sua colaboradora Cristina Sánchez-Porro, Ventosa publicou o seu trabalho na revista "International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology", sobre a ciência da taxonomia das bactérias. Foi agora descoberta um espécie nova, chamada Halomonas titanicae, pertencente ao número 66 do grupo, no casco do navio mais famoso da história, o Titanic.

Desde algum tempo, que um grupo de cientistas da Universidade de Halifax (Canadá) estuda o efeito que podem ter as bactérias sobre a acelaração no processo de corrosão dos navios afundados. Numa das imersões os investigadores recolheram uma amostra das estruturas esponjosas criadas no processo de corrosão sobre o casco do barco que se afundou em 1912. Quando estes investigadores começaram a identificar os organismos vivos no pedaço de metal arruinado pela biocorrosão, deram-se conta de que existiam ali seres vivos que podiam estar relacionados com as Halomonas. Enviaram então as amostras para Sevilha, para o laboratório dirigido pelo António Ventosa da Faculdade de Farmácia da Universidade de Sevilha.

"Existiam efectivamente Halomonas, mas quando nos pusemos a identificá-las, demos conta que se tratava de uma espécie nova,que ainda não tinha sido encontrada até agora", explica Ventosa. "Pusemos o nome de titanicae em homenagem ao curioso sítio de onde foram encontradas".

As condições ambientais, em que foi encontrada esta bactéria, eram especialmente duras. O mítico barco foi encontrado no oceano Atlântico a quase 3800 metros de profundidade, com as condições extremas de salinidade e de ausência de luz. Estas condições converteram a nova bactéria num organismo extremófilo, que é capaz de viver em condições extremas onde a maioria de outros seres vivos não conseguia sobreviver. Este tipo de forma de vida é utilizada pelos cientistas como o modelo de vida que poderia ocorrer noutros planteas ou satélites do sistema solar.

Fonte: http://www.elmundo.es/
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Créditos: SapoVida

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