sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Já vem a caminho.... (actualização)

Satélite colide hoje com a Terra. Ainda não se sabe onde.....
Com simulação da queda em video....


O satélite UARS pesa cerca de seis toneladas e vai desintegrar-se parcialmente quando entrar na atmosfera, mas alguns pedaços deverão conseguir atingir a superfície terrestre a alta velocidade.




A possibilidade existe, mas é pouco provável que partes do satélite que vão cair esta sexta-feira na Terra atinjam zonas habitadas, explica o astrónomo José Augusto Matos, em declarações à Renascença.
O Upper Atmosphere Research Satellite (UARS), lançado em 1991 e desactivado desde 2005, passou esta madrugada por Portugal e deverá colidir com o “Planeta Azul” a partir do final da tarde, de acordo com a última previsão da NASA.
“Como se trata de uma reentrada descontrolada, ou seja, não é uma reentrada programada como já se fez no passado com outros objectos espaciais, neste caso não sabemos exactamente em que sítio da Terra é que estes bocados vão cair, mas não é provável que seja numa zona habitada”, afirma José Augusto Matos.
O UARS tem cerca de seis toneladas e vai desintegrar-se parcialmente quando entrar na atmosfera, mas alguns pedaços (num total de 500 quilos) deverão conseguir atingir a superfície terrestre a alta velocidade.
“Qualquer peça de um satélite que entre na atmosfera terrestre vem com uma velocidade muito elevada. Nós estamos a falar de um satélite que neste momento está à volta da Terra a oito quilómetros por segundo, ou seja a 28 mil quilómetros por hora. Quando ele fizer a reentrada, vai fazer uma reentrada com essa velocidade, o que significa que uma peça, por muito pequena que seja, atinge a Terra a uma velocidade considerável e, desse ponto de vista, se bater numa zona habitada constitui perigo”, refere José Augusto Matos.
O astrónomo cita um estudo da agência espacial norte-americana NASA, realizado em 2002, segundo o qual cerca de “26 partes ou componentes deste satélite poderiam atingir a superfície terrestre”.
“Estamos a falar de um satélite que tem mais de cinco toneladas e o que está previsto é que cerca de 500 quilos atinjam a superfície terrestre, um décimo da sua massa total. Dentro desta estimativa que existe, é provável que estes 20 e tal bocados possam atingir a superfície terrestre, mas não estamos a falar do satélite inteiro nem de peças de uma tonelada ou duas, estamos a falar de coisas mais pequenas.”
Este tipo de situações podem acontecer com mais frequência no futuro? José Augusto Matos explica que a larga maioria do chamado lixo espacial desintegram-se antes de atingir a superfície terrestre e o maior perigo é mesmo para outros objectos em órbita, nomeadamente a Estação Espacial Internacional (EEI) e satélites em actividade.
O lixo espacial está a preocupar as agência internacionais. De acordo com o programa de monitorização, há 22 mil objectos com mais de 10 centímetros de diâmetro à deriva no espaço, cerca de 500 mil entre 1 e 10 centímetros de diâmetro e 10 milhões de objectos com menos de um centímetro.
“O grande problema é que, embora à primeira vista possamos pensar que uma partícula de 1 centímetro não constituiu grande perigo, isso não é bem assim, porque essas particular, nomeadamente em órbita baixa, estão a velocidades muito elevadas, a 28 mil quilómetros/hora, e mesmo uma partícula com 1 ou 2 centímetros de diâmetro se bater contra uma nave ou um satélite pode provocar prejuízos”, explica o astrónomo José Augusto Matos.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=5laK2JopaVE
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Créditos:Ricardo Vieira/Renascença

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