segunda-feira, 10 de setembro de 2012

revoluÇÃO

Parece que, finalmente, vamos ter uma revolução em Portugal...

Somos uma "cambada de bestas" que aceitamos tudo sem sequer questionar, simplesmente por quem impõe é tido como "competente e iluminado", pois é politico, bem falante e letrado (não se sabe bem como mas isso não interessa...).

A classe média, suporte deste país, foi aniquilada, engrossando o já vastíssimo grupo dos desfavorecidos. Os ricos, esses, ficaram mais ricos, mais poderosos, mais autistas, mais insolentes, mais arrogantes e ainda mais elitistas.

O Governo, leia-se "desgoverno", de Portugal, apenas sabe um caminho para arranjar divisas: taxar os rendimentos do trabalho, do trabalhador, do reformado e do pensionista.

Taxar as fortunas, os lucros e mais valias sobre capitais que se formaram "sabe-se lá como"... NÃO.....!!! Não interessa, pois são assuntos que vão lesar os "amigos" e toda a cambada que gravita no poder.

E para que todo este "euromilhões" se mantenha, o povo vai sendo apertado, tendo apenas  o direito de tudo pagar... para os "chulos" viverem bem na sua coutada que é Portugal.

Urge uma revolução com armas, balas, granadas, tiros, e mortes.. muitas mortes..!!!!

Urge uma revolução para desparasitar e desinfectar o país dos males ruíns que tiram a vontade de viver ao povo que trabalhando, tudo faz para sobreviver, para continuar a honrar os compromissos que assumiu, para continuar a ter pão para alimentar a familia...

Urge uma revolução....

não de cravos....

mas de mentalidades, que infelizmente só com dor, com muita dor e lagrimas, se vai conseguir devolver a paz e a traquiliade aos portugueses e a Portugal...

Actualmente, Portugal não mereçe o povo que tem!!

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Ninguém pára a revolução


por PEDRO MARQUES LOPES

Esqueçamos por agora. Esqueçamos as promessas de que tudo se ia resolver pelos cortes nas gorduras e diminuição dos custos intermédios. Esqueçamos a profunda ignorância sobre as razões da crise que atravessamos ou a suprema desonestidade de as sabendo não as dizer. Esqueçamos o facto de não haver uma linha de discurso governamental sobre os problemas do euro, da Europa ou da crise financeira global. Esqueçamos as mentiras sobre a confiança readquirida no nosso país, a tal que fez baixar as taxas de juro. Esqueçamos o facto de Passos Coelho se ter sempre oposto às medidas que efectivamente as fizeram baixar. Esqueçamos os constantes ataques ao Tribunal Constitucional.
É melhor esquecermos. Podemos dar por nós a pensar se não há um sério problema de legitimidade democrática quando se faz exactamente o oposto daquilo que se promete, a reflectir sobre uma tão evidente falta de preparação para o exercício de tão importantes funções ou a cismar sobre tanta ausência de sentido de Estado.
Concentremo-nos apenas em alguns "pormenores" da mensagem de sexta-feira do primeiro-ministro ao País.
Afinal, receita que até agora apenas provocou desemprego, falências em catadupa, recessão económica, é para manter. Tudo isso, mais os cortes sociais e tudo o que estamos a sentir no lombo, era preciso para atingirmos os 4,5% de défice, o número mágico que nos ia salvar. Apesar de todos os sacrifícios, de toda a miséria criada, não se chegou lá, longe disso.
Então, o que se faz agora para chegar aos 3% em 2013? Prescreve--se o mesmo medicamento, mas aumenta-se a dose: mantém-se o corte de dois salários aos funcionários públicos, os reformados continuam a ser assaltados (o dinheiro que deixam de receber não é do Estado, é deles) e agora também é retirado um salário líquido aos trabalhadores do sector privado.
É assim como tentar apagar uma fogueira regando-a com gasolina. Utilizar uma fórmula em dose superior que já provou estar errada e esperar resultados diferentes é, digamos, estúpido.
Porém, para diminuir os danos na economia, o Governo anunciou uma solução para aumentar o emprego. No papel a coisa funcionaria assim: as empresas passam a pagar menos do que pagavam para a Segurança Social, e com esse dinheiro que fica teoricamente em caixa decidem imediatamente contratar trabalhadores. Alguém se deve ter esquecido de explicar aos geniais pensadores governamentais que se as empresas não venderem os seus produtos não ganham dinheiro, e se não ganham dinheiro não podem empregar ninguém. Ora como as pessoas vão perder ainda mais poder de compra (toda a gente passa a pagar mais 63,6% à Segurança Social), é capaz de não resultar...
A hipocrisia suprema é falar de defender as pequenas e médias empresas com esta medida. Estas empresas trabalham para o mercado interno, como diabo se fala de ajuda quando se lhes retira clientes? Sim, as empresas precisam de financiamento como de pão para a boca, mas precisam também de vender. Sem financiamento algumas resistirão; sem clientes não há uma que resista.
Mas, calma, o Governo não está a ser ilógico, e vê o que todos vemos. Passos Coelho e Paulo Portas não pensam que o desemprego vai diminuir por as contribuições para a Segurança Social por parte das empresas baixarem. Seria insultar a inteligência dos líderes responsáveis por estas políticas achar que eles pensam que com uma economia em queda se criam empregos. Também, de certeza absoluta, não pensam que as pequenas e médias empresas vão ficar com uma tesouraria mais desafogada. Digamos que são mentiras piedosas. Há um caminho, não pode ser dito em voz alta, mas há um caminho definido: é preciso esmagar os salários, é fundamental empobrecer violentamente, sobre todos, quem trabalha por conta de outrem. O que é preciso é chegar a um limite em que cada um de nós estará disposto a trabalhar dezoito horas por uma côdea. Para que esse homem novo surja é preciso destruir a economia, criar ainda mais desemprego, forçar mais empresas a falir (a taxa de IVA para a restauração está a cumprir na íntegra a sua função, por exemplo) e depois da destruição total da economia, como por milagre, tudo será maravilhoso.
Claro que não houve anúncios nos cortes na despesa, claro que as renegociações dos valores das parcerias público-privadas foram mais uma vez atiradas para as calendas, claro que não houve a mínima preocupação em tributar outras formas de rendimento que não o trabalho, claro que a preocupação sobre o tremendo aumento da desigualdade que estas medidas vão ainda mais gerar pura e simplesmente não existe. É cada vez mais claro que nada disso importa para o Governo: o que é vital é empobrecer os portugueses, esses homens e mulheres que têm vivido num permanente regabofe. No entretanto, destrói-se por completo uma economia e, se não acordarmos, um país.

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico
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Créditos: DN

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