O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, anunciou hoje que será acionado o fundo de emergência no concelho de Tomar, atingido ontem por um
tornado, que provocou 36 feridos, 19 dos quais crianças após o desabamento do telhado do jardim escola João de Deus, deixando um pouco por todo o concelho um rasto de destruição sobretudo em habitações. Rui Pereira garantiu ainda que o Governo dará "a resposta adequada o mais rapidamente possível".
O ministro visitou hoje de manhã a zona de Tomar, acompanhado pelo secretário de Estado da Protecção Civil Vasco Franco, onde participou numa reunião com as autoridades locais da protecção civil para se inteirar das consequências do tornado.
O governante pediu tanto ao Governo Civil como ao presidente da Câmara para fazerem "um primeiro balanço, ainda impreciso necessariamente dos danos" de forma a serem tomadas medidas.
O responsável adiantou que em relação aos danos das estruturas municipais já contactou o secretário de Estado da Administração Local e "vai ser acionado um fundo de emergência municipal".
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Mais de 200 casas sem telhado na freguesia de Casais
Mais de 200 casas ficaram sem telhado na freguesia de Casais,disse à agência Lusa o presidente da junta, Jaime Graça Lopes.
"Totalmente sem telhas, há mais de 200 casas", declarou o autarca que se encontra a ajudar a população na remoção dos destroços que o tornado espalhou por toda a freguesia.
Jaime Graça Lopes acrescentou que o maior problema neste momento é o facto de a freguesia ter "muitas famílias que perderam bens", sublinhando o esforço de todos (populares, famílias e amigos) nos trabalhos de limpeza.
"Os meios financeiros da freguesia não dão para mandar cantar um cego", declarou o autarca, que transmitiu ao ministro da Administração Interna, que esteve na freguesia, as preocupações suscitadas pela intempérie.
À agência Lusa, Jaime Graça Lopes manifestou desejo de que não haja mais promessas de apoio, mas que estes sejam realidade.
Em Casais, Carla Antunes, uma empresária, cuja empresa de equipamentos hoteleiros ficou destruída pelo tornado, informou o ministro da existência de um prejuízo de meio milhão de euros e que não tinha seguro contra as intempéries.
Contudo, a empresária, que contava com os seus sete trabalhadores e populares a ajudarem na remoção dos escombros, manifestou vontade de continuar a trabalhar, acreditando que a empresa estará novamente erguida até ao final do ano.
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EDP garante energia elétrica "totalmente restabelecida"
O fornecimento de energia elétrica já foi totalmente restabelecido nos concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere, onde quatro pessoas ficaram feridas, e Sertã (sem registo d de vítimas), que ontem à tarde foram fustigadas pela passagem de um tornado, disse à Lusa fonte do gabinete de comunicação da EDP distribuição.
Segundo Maria Antónia Fonseca, no terreno estiveram 130 operacionais, apoiados por 60 viaturas, que substituíram ou repararam mais de cem postos partidos e vistoriaram 400 quilómetros de rede de média e baixa tensão.
"Foram ligados geradores, num total de 15, ao longo da noite em pontos críticos, que vão ficar a trabalhar até que estejam concluídas as reparações. As que estão no momento são provisórias", acrescentou.
Fábrica destruída e vários desalojados na Sertã
Uma fábrica de recolha e gestão de resíduos, a Resicorreia, foi destruída pelo tornado que na terça-feira passou pela Sertã, sendo "o prejuízo mais grave", disse hoje à Agência Lusa o presidente da Câmara, José Farinha Nunes.
A unidade industrial é local de romaria desde as primeiras horas da manhã com dezenas de pessoas a quererem ver a amálgama de materiais contorcidos em que se transformaram os pavilhões da empresa. Debaixo dos materiais há veículos pesados e contentores. De um lado e outro do espaço, as árvores caídas marcam o caminho percorrido pelo tornado.
Membros da administração da fábrica estiveram no local durante a manhã, mas abordados pela Agência Lusa reservaram comentários para mais tarde: "o cenário fala por si, é desolador", referiu um dos elementos.
"É um cenário dantesco, um amontoado de ferros e chapas. É o prejuízo mais avultado que temos no concelho", disse à Agência Lusa o presidente da Câmara da Sertã, José Farinha Nunes.
O tornado passou por três freguesias das 14 freguesias do concelho: Palhais, Sertã (sede de concelho) e Troviscal.
"Há dezenas de moradias sem telhado, com portas e janelas arrancadas, muros destruídos e árvores caídas por todo o lado", sublinhou o autarca.
No terreno, é possível seguir o percurso do tornado pelo rasto de árvores caídas e sujidade que deixou para trás.
"Felizmente não houve feridos, mas há vários desalojados", destacou José Farinha Nunes, "mas só três pessoas precisaram de ser abrigadas nos Bombeiros Voluntários de Cernache do Bonjardim".
Todos os restantes casos, em número ainda por calcular, foram salvaguardados com o apoio das famílias ou vizinhos.
A Câmara da Sertã ainda não tem ideia dos prejuízos, uma vez que "há pessoal no terreno a fazer essa avaliação".
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Créditos: Texto Expresso online / Videos: Sapo