Extraterrestres
Cientistas revelam tudo sobre óvnis em Portugal
Nova antologia nacional sobre óvnis é apresentada hoje no Porto e desvenda casos e mitos em 19 artigos científicos
Alfena, Valongo, 10 de Setembro de 1990. Eram 08h30. Um grupo de crianças vê um "balão" no céu. Uma testemunha fala de uma "tartaruga com pernas". Um fotógrafo profissional, morador no local, tira quatro fotos ao objecto. Chamam-lhe óvni. As imagens são analisadas por especialistas europeus e chegam aos Estados Unidos. Nunca se conseguiu perceber o que cruzou os céus da pequena vila no distrito do Porto. Dos 700 relatos de óvnis e extraterrestres em Portugal no século xx, são menos de 20 os que continuam sem explicação. O de Alfena é um deles.
A antologia portuguesa sobre o trabalho de investigação em torno de avistamentos é apresentada hoje no simpósio "A Humanidade e o Cosmos", na Universidade Fernando Pessoa (UFP), no Porto. Joaquim Fernandes, do Centro Transdisciplinar de Estudos da Consciência da UFP, organizou o livro, que reúne 19 artigos científicos de áreas como a física, a psicologia e a antropologia. "Mito em progresso" é a expressão utilizada para descrever um fenómeno em que muitas vezes as testemunhas garantem sofrer efeitos físicos, como suores e perturbações de visão, mas também sentimentos tão díspares como terror e alegria.
"Até à década de 1970, a investigação era feita por reconstituição de experiências e memórias passadas publicadas, ou então por contacto voluntário das testemunhas com os investigadores. A partir dessa época, com o aparecimento de grupos de estudo no nosso país, foi possível fazer uma intervenção no local e tempo imediatos", explica Joaquim Fernandes.
Nas últimas décadas foram criados no país quatros centros de investigação dedicados ao estudo dos fenómenos de óvnis ou insólitos. À margem da ciência habitual, os grupos de investigadores procuravam testemunhas de avistamentos e pediam esboços das visões, além do preenchimento de um questionário.
No novo livro são relatadas algumas das investigações que desmancharam mitos locais. Um avistamento em Marvão terá sido confundido com uma embalagem de plástico levada pelo vento, explica um dos artigos, que mostra como é feita a análise fotográfica de "objectos aéreos insólitos". Porém, há imagens que mesmo depois de analisadas não permitem chegar a qualquer conclusão.
Segundo Joaquim Fernandes, apesar de alguns desenhos apontarem para imagens religiosas, as crenças raramente são referidas como tendo ligação com as experiências relatadas. "Já crenças noutras formas de vida no universo aparecem com bastante frequência associadas aos comentários das testemunhas." Para avaliar a relação entre as crenças e os avistamentos está a ser preparado um inquérito exclusivamente entre a população estudantil. A análise cruza dados de 1908 a 2000.
Joaquim Fernandes diz que o observador é, regra geral, do sexo masculino e tem em média 30 anos. Porto e Lisboa registam a maioria dos avistamentos - 22,5% e 14,8% respectivamente. Faro é o terceiro distrito, com 8,2%. A maioria acontece à noite, entre as 19 e as 23 horas.
-----------------------------------------------------------------------------
Créditos: Jornal I - Marta F. Reis, Publicado em 13 de Novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário